domingo, 25 de dezembro de 2016

Capitão 7


Acervo Garatuja













Ele foi o primeiro super-herói brasileiro da televisão e um dos grandes fenômenos televisivos de todos os tempos, batendo sem dó em muitos heróis americanos. Mistura de Capitão Marvel com Super Homem, o nome veio do próprio canal onde era exibido o seriado: A TV Record - Canal 7. O sucesso foi tanto que os capítulos passaram a ser diários, permanecendo no ar de 1954 a 1966. O personagem narra às aventuras de Carlos, o menino que ganha poderes de um alienígena e, adulto, passa a enfrentar criminosos da Terra e do espaço. Criado e interpretado pelo ator Ayres Campos, o herói foi um sucesso na televisão graças à campanha promocional que incluía produtos e marcas licenciadas. Tinha até fã-clube (dizem que o primeiro da televisão brasileira) e o Clube do Capitão 7, onde as crianças juntavam as tampinhas do Leite Vigor para se tornar associado.
Pena que quase nada sobrou desse tempo. Os primeiros seriados eram ao vivo, e mais tarde, com a chegada do VideoTape passaram a ser gravados antes da transmissão, mas é bom lembrar que o VideoTape era caro e não havia a intenção de  guardá-lo como registro. Talvez os seriados que sobraram, assim como boa parte do acervo da TV Record, tenham sidos queimados no incêndio que ocorreu na emissora em 1966. Reza a lenda que sobraram alguns registros do seriado guardados pelo próprio Ayres Campos, já falecido. Anos depois de sua estréia na televisão o Capitão 7 surge também na história em quadrinhos publicada pela editora Continental/Outubro. O primeiro número saiu em 1959. Lá o personagem ganhou novos poderes graças a Jaime Cortez. Os argumentos eram de Gedeone Malagola, Helena Fonseca e Hélio Porto e os desenhos, em sua maioria, de Getúlio Delfin, mas desenhava também o próprio Gedeone, Juarez Odilon, Osvaldo Talo e outros. Só feras. Destaque são as capas primorosas desenhadas pelo Jayme Cortez em muitas edições. A história em quadrinhos também foi um sucesso. Publicou cerca de quarenta números e dois almanaques, hoje raridades. O fim da publicação foi melancólico: “Quando a D.C. exigiu que a Capitão 7 trocasse o peito azul pelo verde tropical, para não atrapalhar as vendas do Super-homem, Ayres não aceitou e peitou. "Isso não," protestou indignado, "meu herói foi muito mais herói do que qualquer "Super-homem"! Os norte-americanos não puderam com o irredutível Ayres, mas a editora Abril, sim, porque o Capitão 7 era publicado pela editora Outubro, acontece que a Abril registrou o nome de todos os meses do ano, processando a editora, que fechou as portas em 1964, e não pode mais pagar os direitos do personagem.”* Abaixo a história Capitão 7 contra os homens de Cristal, desenhado pelo Getúlio Delfin

*Rod Gonzalez no blog Quadros ao Vivo.










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